A sinusectomia, procedimento cirúrgico para tratar a sinusite crônica, oferece alívio para muitos pacientes. No entanto, como qualquer cirurgia, ela apresenta riscos e potenciais complicações. É fundamental entender esses riscos antes de optar pelo procedimento.
Este artigo detalha os possíveis efeitos colaterais e complicações da sinusectomia, desde os mais comuns aos mais raros, para que você esteja bem informado e possa discutir suas preocupações com seu médico.
Tipos de Complicações:
As complicações da sinusectomia podem ser divididas em:
Imediatas (Pós-Operatório Imediato): Nessa fase, logo após a cirurgia, os riscos mais comuns são sangramento, geralmente leve e controlável, e a formação de crostas, um processo natural na cicatrização.
Curto Prazo (Dias ou Semanas após a Cirurgia): Durante esse período, a infecção, embora minimizada pelo uso de antibióticos, ainda é uma preocupação. A formação de sinéquias (adesões) que podem obstruir a passagem do ar e a lateralização dos cornetos nasais, ou seja, seu deslocamento, também são possíveis.
Longo Prazo (Meses ou Anos após a Cirurgia): A longo prazo, podem ocorrer complicações como estenose ostial, que é o estreitamento da abertura dos seios paranasais, doença refratora, caracterizada pela sinusite persistente ou recorrente, e a própria recorrência da doença, já que a sinusectomia nem sempre é uma cura definitiva.
Complicações Específicas e seus Riscos:
A infecção é uma das principais preocupações após a cirurgia. Para minimizar esse risco, seu médico irá prescrever antibióticos. É fundamental manter a área limpa e seguir rigorosamente as instruções médicas. O sangramento é outro risco comum, geralmente leve e controlável com compressas frias e repouso.
A lesão nos olhos ou nervos, embora rara, é uma possibilidade devido à proximidade dos seios paranasais com essas estruturas. A perfuração do septo nasal, que separa as narinas, também é rara, mas pode causar problemas respiratórios e necessitar de tratamento adicional.
Vale ressaltar que a sinusectomia pode não ser uma solução permanente, e a sinusite pode retornar em alguns casos, caracterizando a recorrência da condição. Além disso, como em qualquer cirurgia, existem os riscos associados ao uso da anestesia, como reações alérgicas, problemas respiratórios e outros efeitos colaterais.
Taxas de Complicações:
Felizmente, a taxa geral de complicações da sinusectomia é relativamente baixa. Estudos indicam uma taxa de 0,50% para complicações leves. Complicações mais graves, como vazamento de líquido cefalorraquidiano, lesão orbital, hemorragia grave e síndrome do choque tóxico, são extremamente raras.
Converse com seu Médico:
É crucial discutir seus riscos individuais e dúvidas com seu médico. Ele poderá avaliar seu histórico médico, realizar exames e determinar se a sinusectomia é a melhor opção para você.
Lembre-se de sempre consultar um profissional de saúde para obter informações e orientações personalizadas sobre a sinusectomia. Este texto tem caráter informativo e não substitui a consulta médica.
Dra. Danielly Andrade
Médica otorrinolaringologista em Belo Horizonte, formada pela UFMG em 2008, título de Especialista em Otorrinolaringologia pela ABORL / AMB.
Especialista em rinologia funcional, área da otorrinolaringologia que estuda e trata os distúrbios do nariz e dos seios da face, desvio de septo, sinusites, hipertrofia de cornetos e pólipos nasais.
Especialista em cirurgia endoscópica do nariz como a sinusectomia.
Médica do corpo cirúrgico do hospital Mater Dei.
Preceptora de residência médica em otorrinolaringologia na área de Rinologia Funcional.