A septoplastia é uma cirurgia que visa corrigir o desvio de septo nasal, uma deformidade que pode causar obstrução nasal, dificuldade para respirar e roncos. O procedimento consiste na correção da estrutura óssea e cartilaginosa do septo nasal, permitindo a livre passagem do ar pelas narinas.
Sumário:
Indicações: A septoplastia é recomendada quando o desvio de septo é significativo, afeta a qualidade de vida do paciente e não responde ao tratamento com medicamentos. Os sintomas graves podem incluir obstrução nasal persistente, sinusite recorrente e distúrbios do sono devido à dificuldade respiratória.
Procedimento: Durante a septoplastia, o cirurgião faz uma incisão dentro do nariz para acessar o septo nasal. Ele então realinha o septo, removendo partes desnecessárias ou corrigindo áreas desviadas. O objetivo é criar uma passagem nasal mais ampla e simétrica.
Recuperação: A recuperação após a septoplastia varia de pessoa para pessoa, mas geralmente envolve alguns dias de desconforto, inchaço e possivelmente hematomas ao redor do nariz. O paciente deve seguir as orientações do médico, como evitar esforços físicos intensos e manter a higiene nasal adequada.
Resultados: A maioria dos pacientes experimenta uma melhora significativa na respiração após a cirurgia. No entanto, é importante entender que a septoplastia não é uma solução para todos os problemas nasais. Outras condições, como hipertrofia de cornetos e pólipos nasais, também podem afetar a respiração e precisam ser tratadas em conjunto.
Como é realizada a septoplastia?
A cirurgia de desvio de septo nasal, é realizada no hospital com anestesia geral, dura em média de 1 a 2 horas, com alta no mesmo dia. A septoplastia é realizada por dentro do nariz, sem nenhum corte externo. O cirurgião recoloca o septo no centro, removendo se necessário o excesso ósseo ou cartilaginoso.
No final da cirurgia é colocado de forma temporária um splint nasal em cada narina para estabilizar o septo corrigido. Ele é retirado na primeira consulta após a cirurgia por volta de 7 a 10 dias.
Utilização do splint nasal na septoplastia
O splint é uma estrutura de silicone de uso médico desenvolvido especialmente para que a cartilagem do septo nasal seja sustentada de forma adequada. Ele é retirado na primeira consulta após a cirurgia de 3 a 7 dias após a cirurgia.
Passo a Passo do Pós operatório e recuperação da septoplastia no hospital
Procedimento dura de 60 a 120 minutos, seu cirurgião irá aguardar você acordar da anestesia e você será então direcionado para sala de recuperação pós anestésica, onde ficará sob supervisão de uma equipe médica.
Você permanecerá na sala até que retorne ao padrão hemodinâmico pré-cirúrgico, tenha seu nível de consciência prévio, recupere completamente seus reflexos.
O objetivo é que você recupere seu equilíbrio fisiológico antes ser direcionado para o quarto.
A equipe da sala de recuperação, no momento certo, irá direcionar você ao quarto onde permanecerá em observação.
Em geral, permanecerá no quarto por volta de 6 a 12 horas até receber alta médica para ir para casa no mesmo dia do procedimento.
Durante a alta médica, o médico explicará em detalhes os cuidados específicos para o seu caso, toda explicação também será passada por escrito, assim como a receita médica com medicamentos que podem eventualmente ser necessários para acelerar sua recuperação.
Como fica o nariz após septoplastia?
Após a septoplastia, é comum que o nariz fique obstruído nos primeiros dias devido ao inchaço e às crostas de sangue que se formam no local da incisão. Para entender como fica o nariz após septoplastia, é importante saber que o ponto da septoplastia fica localizado dentro do nariz, esse inchaço pode causar dificuldade para respirar pelo nariz, mas geralmente melhora com o tempo. É crucial seguir as orientações médicas para garantir uma recuperação tranquila e rápida.
Recomendações do pós operatório e recuperação da septoplastia em casa
Após a septoplastia, é fundamental evitar certas atividades para garantir uma recuperação adequada. Primeiramente, evite qualquer esforço físico intenso, como exercícios pesados e levantamento de peso, que podem aumentar a pressão sanguínea e causar complicações.
Além disso, é importante saber o que não pode fazer depois da septoplastia, como não assoar o nariz para prevenir sangramentos e deslocamento do septo. É importante também evitar a exposição a ambientes com fumaça, poeira ou poluição intensa, que podem causar irritações. O uso de óculos pesados deve ser evitado, pois podem pressionar o nariz. Dormir de lado ou de bruços não é recomendado para não comprometer a recuperação do septo. O consumo de bebidas alcoólicas e tabaco deve ser evitado, pois podem retardar a cicatrização. Por fim, evite banhos muito quentes e saunas, que podem aumentar o inchaço e o risco de sangramento
Riscos e complicações da septoplastia
Como em qualquer procedimento cirúrgico, a cirurgia de desvio de septo, apresenta riscos e potenciais complicações, como sangramento, infecção e lesão de estruturas adjacentes. No entanto, essas complicações são raras e, quando ocorrem, são tratáveis, sendo o sangramento a ocorrência de maior importância.
Qual é a eficácia da septoplastia?
Um estudo de 2021 comparando a cirurgia de desvio de septo com o tratamento apenas com medicamentos mostrou que a cirurgia foi mais eficaz na redução dos sintomas de obstrução nasal.
Os pacientes que foram direcionados para cirurgia de desvio de septo foram os pacientes que apresentavam os piores sintomas qualitativos (SNOT-22) e quantitativos (NOSE). Mostrando a eficácia da cirurgia para melhorar drasticamente os sintomas.
Por que corrigir o desvio de septo se houver indicação cirúrgica?
Se um paciente com um desvio de septo e obstrução nasal significativa que afeta sua qualidade de vida não for submetido a cirurgia de desvio de septo, ele pode continuar a apresentar sintomas persistentes, como dificuldade para respirar pelo nariz, congestão nasal e ronco, o que pode levar à má qualidade do sono e fadiga diurna.
A curto prazo, esses sintomas podem persistir ou piorar, afetando as atividades diárias e a qualidade de vida, principalmente o sono.
A longo prazo, a obstrução nasal não tratada pode contribuir para o desenvolvimento ou piora da respiração com problemas de sono, incluindo a apneia obstrutiva do sono, que tem sido associada à problemas cardiovasculares, aumento de risco para depressão e ansiedade.
Septoplastia e turbinectomia
A turbinectomia é um procedimento cirúrgico que envolve a remoção parcial ou total dos cornetos nasais (conchas nasais), estruturas ósseas revestidas por mucosa localizadas dentro das cavidades nasais. O objetivo principal da turbinectomia é reduzir o volume dos cornetos para melhorar o fluxo de ar nasal e aliviar a obstrução nasal. É comum a ocorrência de hipertrofia compensatória de cornetos devido ao desvio de septo.
A septoplastia é frequentemente realizada em conjunto com a turbinectomia. A septoplastia corrige o desvio do septo nasal, que é a parede de cartilagem e osso que divide as duas narinas. Quando o septo está desviado, pode causar obstrução nasal significativa. A combinação de septoplastia com turbinectomia é indicada porque muitas vezes a obstrução nasal é causada tanto pelo desvio do septo quanto pela hipertrofia dos cornetos.
Portanto, a realização conjunta de septoplastia e turbinectomia é uma abordagem eficaz para tratar a obstrução nasal causada por desvio de septo e hipertrofia dos cornetos, proporcionando uma melhora substancial na respiração nasal e na qualidade de vida dos pacientes.
Septoplastia associada a Sinusectomia
Quando a sinusite é causada por um desvio de septo, é comum a realização de septoplastia e sinusectomia (ou cirurgia endoscópica funcional dos seios da face) como parte do tratamento cirúrgico. A septoplastia é frequentemente realizada para corrigir a obstrução nasal e melhorar o acesso cirúrgico aos seios paranasais durante a sinusectomia.
Portanto, a combinação de septoplastia e sinusectomia é uma prática comum e bem fundamentada para tratar sinusite associada a desvio de septo, visando tanto a correção da obstrução nasal quanto a facilitação do acesso cirúrgico aos seios paranasais.
Dra. Danielly Andrade
A Dra Danielly Andrade é médica otorrinolaringologista em Belo Horizonte - MG, formada pela UFMG em 2008, com título de Especialista em Otorrinolaringologia pela ABORL e AMB.
Especialista em rinologia funcional, área da otorrinolaringologia que estuda e trata os distúrbios do nariz e dos seios da face, desvio de septo, sinusites, hipertrofia de cornetos e pólipos nasais.
Médica do corpo cirúrgico do hospital Mater Dei. Especialista em cirurgia endoscópica do nariz.
Professora de residência médica em otorrinolaringologia na área de Rinologia Funcional.